No cenário empresarial contemporâneo, os escritórios de contabilidade enfrentam desafios sem precedentes. A revolução digital, as constantes mudanças na legislação tributária e fiscal, e a crescente sofisticação das demandas dos clientes têm transformado radicalmente o papel do contador na economia moderna. O profissional contábil não é mais apenas um técnico especializado em registros e demonstrações financeiras, mas um consultor estratégico fundamental para a tomada de decisões empresariais. Neste contexto de transformação, a gestão eficiente de um escritório contábil torna-se não apenas uma questão de sobrevivência, mas um diferencial competitivo crucial. Os escritórios que conseguem implementar práticas gerenciais avançadas destacam-se no mercado, obtendo níveis superiores de rentabilidade, fidelização de clientes e satisfação profissional de suas equipes. Por outro lado, aqueles que permanecem presos a modelos tradicionais de gestão frequentemente encontram-se em ciclos de pressão operacional, margens decrescentes e incapacidade de atrair e reter talentos. A complexidade do ambiente de negócios atual exige uma abordagem sistemática e multidisciplinar para a gestão contábil. Os escritórios precisam equilibrar excelência técnica com visão estratégica, eficiência operacional com qualidade de atendimento, inovação tecnológica com desenvolvimento humano. É neste equilíbrio delicado que reside o segredo do sucesso sustentável na contabilidade moderna. Este guia apresenta um roteiro estruturado em oito passos essenciais para transformar a gestão do seu escritório contábil. Desenvolvido a partir da experiência prática e das melhores práticas do setor, este framework abrangente aborda desde os fundamentos da análise retrospectiva até estratégias avançadas de posicionamento e atração de clientes. Cada passo foi concebido para ser implementado de forma progressiva e integrada, construindo uma base sólida para o crescimento sustentável e a excelência operacional. Ao incorporar estas práticas à rotina do seu escritório, você estará não apenas respondendo aos desafios atuais, mas preparando sua organização para prosperar em um futuro de constantes mudanças. O caminho para a excelência em gestão contábil é contínuo e exigente, mas os benefícios — para o escritório, seus colaboradores e clientes — são extraordinários e duradouros. LEIA TAMBÉM: Como mitigar os riscos na contabilidade? 1. Faça um balanço do período anteriorO primeiro passo para uma gestão eficaz é realizar uma análise retrospectiva detalhada. Examine minuciosamente os resultados financeiros do período anterior, identificando pontos fortes e fracos. Avalie indicadores como faturamento por cliente, margem de lucro por serviço, taxa de retenção de clientes e eficiência operacional. Essa análise fornecerá insights valiosos sobre quais estratégias funcionaram e quais precisam ser ajustadas. Um balanço honesto permite identificar gargalos operacionais, serviços deficitários e oportunidades inexploradas, estabelecendo uma base sólida para decisões futuras. 2. Faça um planejamentoCom base na análise do período anterior, desenvolva um planejamento estratégico abrangente. Estabeleça metas claras, mensuráveis e temporais para seu escritório, contemplando aspectos financeiros, operacionais e de desenvolvimento. Defina objetivos de curto, médio e longo prazo, sempre alinhados à visão do negócio. Seu planejamento deve incluir projeções financeiras, estratégias de captação e retenção de clientes, desenvolvimento de novos serviços e investimentos em infraestrutura e capacitação. Um plano bem estruturado serve como bússola para todas as decisões gerenciais, permitindo alocação eficiente de recursos e monitoramento constante do progresso. 3. Realize um controle financeiroO controle financeiro rigoroso é vital para a saúde do escritório contábil. Implemente um sistema de gestão financeira que permita o acompanhamento detalhado de receitas, despesas e fluxo de caixa. Estabeleça controles internos eficientes para monitorar custos fixos e variáveis, realizando reconciliações periódicas. Adote indicadores de desempenho financeiro (KPIs) para avaliar continuamente a saúde financeira do negócio, como índice de liquidez, prazo médio de recebimento e rentabilidade por serviços. Um controle financeiro eficaz permite identificar tendências, antecipar problemas e tomar decisões informadas para garantir a sustentabilidade do escritório. 4. Tenha um fundo de caixaA estabilidade financeira de um escritório contábil depende significativamente da manutenção de um fundo de caixa adequado. Reserve recursos financeiros suficientes para cobrir despesas operacionais por pelo menos três a seis meses, criando uma margem de segurança contra imprevistos. Este fundo protege o escritório durante períodos sazonais, atrasos em recebimentos ou emergências, permitindo que o negócio continue operando sem interrupções. Além disso, um fundo de caixa bem estruturado possibilita o aproveitamento de oportunidades de investimento estratégicas que possam surgir, como aquisição de tecnologias ou expansão de serviços, sem comprometer o fluxo operacional do escritório. 5. Encontre um nicho de mercadoEm um mercado altamente competitivo, a especialização é uma estratégia poderosa para escritórios contábeis. Identifique e desenvolva expertise em segmentos específicos que apresentem maior potencial de crescimento ou menor concorrência. Essa especialização pode ser setorial (como saúde, tecnologia ou agronegócio) ou funcional (como contabilidade para startups, planejamento tributário internacional ou reestruturação financeira). Ao dominar as particularidades contábeis, fiscais e regulatórias de um nicho, seu escritório torna-se referência para clientes daquele segmento, justificando honorários diferenciados e construindo vantagens competitivas sustentáveis. A especialização também otimiza investimentos em capacitação e desenvolvimento de metodologias customizadas. 6. Atualize sua equipeO capital intelectual é o principal ativo de um escritório contábil. Invista continuamente na atualização técnica e desenvolvimento profissional da sua equipe. Estabeleça um programa estruturado de capacitação que contemple aspectos técnicos (legislação tributária, normas contábeis, sistemas), comportamentais (comunicação, relacionamento com clientes) e gerenciais (liderança, gestão de projetos). Incentive certificações profissionais e especializações alinhadas ao posicionamento estratégico do escritório. Além da capacitação formal, fomente um ambiente de aprendizado contínuo através de mentoria, grupos de estudo e compartilhamento de conhecimento. Uma equipe atualizada e motivada não apenas entrega serviços de maior qualidade, mas também contribui para a inovação e melhoria contínua dos processos internos. 7. Use sistemas informatizadosA transformação digital é imperativa para escritórios contábeis que buscam eficiência operacional e competitividade. Implemente sistemas informatizados integrados que automatizem processos rotineiros, minimizem erros e liberem a equipe para atividades de maior valor agregado. Invista em soluções de contabilidade em nuvem, gestão documental, automação fiscal e ferramentas colaborativas. A adoção de tecnologias como inteligência artificial para análise de dados e reconhecimento de padrões pode transformar radicalmente a capacidade analítica do escritório. Sistemas informatizados adequados não apenas otimizam processos internos, mas também melhoram significativamente a experiência do cliente, oferecendo acesso em tempo real a informações financeiras e dashboards personalizados. 8. Saiba atrair clientes para o seu escritório de contabilidadeA captação e retenção de clientes qualificados é fundamental para o crescimento sustentável do escritório contábil. Desenvolva uma estratégia de marketing estruturada, alinhada ao posicionamento e nicho de mercado definidos. Estabeleça presença digital efetiva através de conteúdo relevante e educativo que demonstre a expertise do escritório. Implemente estratégias de networking profissional, participando ativamente de associações empresariais e eventos setoriais. Considere programas de indicação que incentivem clientes satisfeitos a recomendar seus serviços. Fundamental para a atração de clientes é a clara comunicação do valor agregado dos seus serviços, evidenciando como sua expertise pode resolver problemas específicos e gerar resultados tangíveis para os negócios dos clientes. Lembre-se que a melhor estratégia de atração é a excelência no atendimento aos clientes atuais.
LEIA MAIS: RevOps - tudo o que você precisa saber A gestão eficiente de um escritório contábil no século XXI transcende os limites tradicionais da administração para se tornar uma disciplina multifacetada que integra visão estratégica, excelência operacional e inovação constante. Os oito passos apresentados neste guia constituem um framework abrangente que, quando implementado de forma sistemática e adaptativa, pode transformar radicalmente o desempenho e a sustentabilidade do negócio contábil. No centro desta transformação está a mudança de paradigma do contador como profissional técnico para o contador como consultor estratégico. Esta evolução exige não apenas domínio técnico e atualização constante, mas também habilidades gerenciais sofisticadas e visão holística do ecossistema empresarial. O contador moderno deve ser capaz de traduzir dados financeiros em insights estratégicos, antecipando tendências e orientando seus clientes em um ambiente de negócios cada vez mais complexo e volátil. A implementação integrada dos oito passos cria um ciclo virtuoso de melhoria contínua para o escritório contábil. O balanço periódico alimenta o planejamento, que orienta o controle financeiro e a formação do fundo de caixa, permitindo investimentos estratégicos no nicho de mercado escolhido, na capacitação da equipe e em sistemas informatizados, culminando na atração de clientes mais qualificados. Este ciclo, quando bem executado, garante não apenas a sobrevivência, mas o crescimento sustentável e a consolidação do escritório no mercado contábil cada vez mais exigente e competitivo. O futuro da contabilidade pertence aos escritórios que conseguirem equilibrar tradição e inovação, excelência técnica e criatividade, eficiência operacional e relacionamento humano. A gestão estratégica é o veículo que permite navegar esta dualidade com sucesso, transformando desafios em oportunidades e construindo uma prática contábil que seja simultaneamente rentável, influente e socialmente relevante. Ao final, a verdadeira medida do sucesso de um escritório contábil não está apenas em seus indicadores financeiros, mas no impacto positivo que gera para seus clientes, colaboradores e para a sociedade como um todo. É esta perspectiva ampliada de valor que deve guiar todas as decisões gerenciais e estratégicas, elevando a contabilidade de uma função técnica para uma força transformadora no mundo dos negócios.
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A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é um dos relatórios contábeis mais relevantes para a análise da evolução patrimonial de uma entidade, oferecendo uma visão detalhada sobre as movimentações que impactam o patrimônio líquido em um determinado período. Diferentemente do Balanço Patrimonial, que apresenta uma fotografia estática dos ativos, passivos e patrimônio líquido em uma data específica, a DMPL tem caráter dinâmico, evidenciando as causas das alterações no patrimônio ao longo do tempo. Para profissionais da área contábil, compreender sua estrutura, elaboração e interpretação é essencial, pois ela serve como ferramenta de suporte à gestão empresarial e ao cumprimento das normas contábeis brasileiras, alinhadas ao padrão internacional (IFRS). Neste artigo técnico, exploraremos os fundamentos da DMPL, sua elaboração detalhada, os aspectos fiscais relacionados e um exemplo prático, com foco em oferecer um conteúdo profundo e confiável para os contadores que buscam dominar esse instrumento. O que é DMPL?A DMPL é obrigatória para as companhias abertas, conforme exigência da Lei nº 6.404/1976 (alterada pela Lei nº 11.638/2007), e recomendada para demais entidades que desejam maior transparência em suas demonstrações financeiras. Seu objetivo principal é detalhar as mutações ocorridas nas contas do patrimônio líquido, como capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, prejuízos acumulados e outras movimentações relevantes. Ela funciona como um elo entre o Balanço Patrimonial de dois exercícios consecutivos, explicando como o patrimônio líquido inicial evoluiu até o saldo final, considerando aportes de capital, distribuição de dividendos, lucros ou prejuízos apurados e ajustes contábeis. A estrutura da DMPL segue um formato matricial, geralmente apresentado em colunas que representam as contas do patrimônio líquido e linhas que detalham os eventos que as afetaram. As principais contas contempladas incluem o capital social, que registra os valores aportados pelos sócios ou acionistas; as reservas de capital, formadas por itens como ágio na emissão de ações ou doações recebidas; as reservas de lucros, que abrangem a retenção de resultados para reinvestimento ou outras finalidades legais; os ajustes de avaliação patrimonial, que refletem variações no valor justo de ativos e passivos conforme as normas do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis); e os lucros ou prejuízos acumulados, que representam o saldo não distribuído ou não compensado. Cada movimentação nessas contas deve ser rastreável e justificada, seja por decisões societárias, como aumento de capital, seja por eventos contábeis, como a constituição de reservas. A elaboração da DMPL exige um processo meticuloso, começando pela análise do Balanço Patrimonial do exercício anterior para estabelecer o saldo inicial de cada conta do patrimônio líquido. Em seguida, o contador deve identificar todas as mutações ocorridas no período, utilizando como base o livro Razão, os ajustes contábeis realizados e as atas de assembleias ou decisões dos sócios. Entre os eventos mais comuns que impactam a DMPL estão o lucro líquido ou prejuízo do exercício, apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); a distribuição de dividendos ou juros sobre capital próprio, que reduz os lucros acumulados ou reservas; a constituição de reservas legais, estatutárias ou para contingências, que realoca parte do lucro líquido; e os ajustes de exercícios anteriores, que corrigem erros ou omissões identificados posteriormente. Além disso, com a adoção das normas internacionais pelo CPC, os ajustes de avaliação patrimonial ganharam destaque, especialmente em casos de reavaliação de ativos ou ganhos/perdas atuariais em planos de benefícios a empregados. Do ponto de vista fiscal, a DMPL também desempenha um papel relevante, pois algumas movimentações podem ter implicações tributárias. Por exemplo, a distribuição de lucros aos sócios é isenta de Imposto de Renda na pessoa jurídica, desde que respeitados os limites do lucro contábil e fiscal apurado, mas os juros sobre capital próprio, embora dedutíveis como despesa financeira, estão sujeitos à retenção de IRRF. A constituição de reservas de lucros, por sua vez, deve observar as regras do artigo 195-A da Lei nº 6.404/1976, que limita a retenção de lucros para fins específicos, evitando a postergação indefinida de distribuição sem justificativa econômica. Assim, o contador precisa alinhar a DMPL às exigências fiscais, conciliando as informações contábeis com as obrigações acessórias, como a ECF (Escrituração Contábil Fiscal). LEIA MAIS: Como mitigar os riscos da contabilidade Para ilustrar a aplicação prática da DMPL, considere uma empresa fictícia, a Indústria XYZ S/A, cujo patrimônio líquido em 31/12/2023 era composto por: Capital Social de R$ 1.000.000, Reserva Legal de R$ 50.000 e Lucros Acumulados de R$ 200.000, totalizando R$ 1.250.000. No exercício de 2024, a empresa apurou um lucro líquido de R$ 300.000, realizou um aporte de capital de R$ 100.000, distribuiu dividendos de R$ 50.000 e constituiu uma reserva legal de 5% do lucro (R$ 15.000). A DMPL seria elaborada da seguinte forma: o saldo inicial seria trasladado do balanço anterior; o aporte de capital aumentaria o Capital Social para R$ 1.100.000; o lucro líquido de R$ 300.000 seria registrado em Lucros Acumulados; a reserva legal de R$ 15.000 seria transferida de Lucros Acumulados para Reserva Legal, elevando-a a R$ 65.000; e os dividendos de R$ 50.000 reduziriam os Lucros Acumulados, que encerrariam em R$ 435.000 (200.000 + 300.000 - 15.000 - 50.000). O saldo final do patrimônio líquido em 31/12/2024 seria, portanto, R$ 1.600.000, refletindo todas as mutações do período. A análise da DMPL vai além da mera elaboração, exigindo do contador uma visão crítica sobre os dados apresentados. Por exemplo, uma redução significativa nos lucros acumulados sem distribuição de dividendos pode indicar prejuízos ou ajustes negativos, enquanto o crescimento das reservas pode sinalizar uma estratégia de reinvestimento. Essa interpretação é fundamental para assessorar a gestão na tomada de decisões e para atender às expectativas de auditores e investidores, que utilizam a DMPL como um indicador da saúde financeira e da governança da entidade. Diferença da DFC para a DMPLA Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é estruturada em um formato matricial que permite rastrear as alterações nas contas do patrimônio líquido de forma sistemática e abrangente. Trata-se de uma tabela composta por colunas que representam os componentes do patrimônio líquido e linhas que detalham os eventos ou transações responsáveis por suas mutações durante o período analisado. Essa configuração visa oferecer uma visão dinâmica da evolução patrimonial, conectando os saldos iniciais e finais do Balanço Patrimonial. A estrutura típica da DMPL inclui colunas específicas, cada uma correspondendo a uma conta ou grupo de contas do patrimônio líquido, como Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial e Lucros ou Prejuízos Acumulados. A última coluna é reservada ao saldo final, que consolida o resultado das movimentações em cada conta ao término do período.
O detalhamento das linhas da DMPL reflete os eventos que impactam essas contas. A primeira linha geralmente apresenta o saldo no início do período, trasladado do Balanço Patrimonial do exercício anterior, servindo como ponto de partida para a análise. Em seguida, são registrados os ajustes de exercícios anteriores, que corrigem erros ou omissões identificados no período corrente, mas relacionados a exercícios passados, afetando diretamente os Lucros ou Prejuízos Acumulados. O lucro líquido ou prejuízo do exercício, apurado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), é outra linha crítica, sendo inicialmente alocado aos Lucros ou Prejuízos Acumulados antes de eventuais distribuições ou transferências. A distribuição de dividendos, quando aprovada, aparece como uma redução nos Lucros Acumulados ou nas Reservas de Lucros, enquanto a emissão de ações incrementa o Capital Social e, em alguns casos, as Reservas de Capital (como no caso de ágio). As transferências para reservas, como a Reserva Legal ou Reservas Estatutárias, realocam parte do lucro líquido para finalidades específicas, e os ajustes de avaliação patrimonial capturam variações no valor justo de ativos e passivos, conforme normas do CPC, como o CPC 46 (Mensuração do Valor Justo). Por fim, o saldo no final do período é calculado para cada coluna, refletindo o impacto acumulado de todas as movimentações. Embora a DMPL seja uma ferramenta poderosa para analisar o patrimônio líquido, ela difere significativamente da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Enquanto a DMPL concentra-se exclusivamente nas mudanças nas contas patrimoniais, detalhando os fatores que alteram o Capital Social, as reservas e os lucros acumulados — como emissões de ações, distribuição de dividendos ou ajustes contábeis —, a DFC foca na movimentação de caixa e equivalentes de caixa, ou seja, na liquidez da empresa. A DFC é dividida em três seções principais: atividades operacionais, que mostram o caixa gerado ou consumido pelas operações do negócio; atividades de investimento, que abrangem entradas e saídas relacionadas à aquisição ou venda de ativos de longo prazo; e atividades de financiamento, que incluem fluxos de caixa decorrentes de empréstimos, pagamento de dívidas ou distribuições aos acionistas. Assim, a DFC revela como o caixa da empresa foi gerado e utilizado, enquanto a DMPL explica como o patrimônio líquido foi alterado, independentemente de os eventos envolverem ou não movimentação de caixa. Essa distinção é crucial. Por exemplo, a distribuição de dividendos aparece tanto na DMPL (reduzindo os Lucros Acumulados) quanto na DFC (como saída de caixa nas atividades de financiamento), mas um ajuste de avaliação patrimonial, como a reavaliação de um imóvel, impacta a DMPL (alterando os Ajustes de Avaliação Patrimonial) sem necessariamente afetar o caixa, sendo irrelevante para a DFC. Da mesma forma, o recebimento de um empréstimo aumenta o caixa na DFC (atividades de financiamento), mas não altera diretamente o patrimônio líquido na DMPL, exceto por reflexos indiretos via lucros ou prejuízos futuros. Portanto, a DMPL é um relatório patrimonial, enquanto a DFC é um relatório de fluxo financeiro, oferecendo perspectivas complementares para a análise da saúde econômica da entidade. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é um instrumento contábil indispensável para rastrear e compreender as alterações no patrimônio líquido, oferecendo uma visão clara e detalhada das movimentações que afetam a estrutura de capital das empresas. Sua elaboração exige conhecimento técnico apurado, desde a identificação dos saldos iniciais até o registro correto de eventos como lucros, dividendos, reservas e ajustes, sempre em conformidade com as normas do CPC e as exigências fiscais. Para profissionais da contabilidade, dominar a DMPL significa agregar valor às análises patrimoniais e fiscais, fortalecendo sua atuação estratégica junto às empresas. Se você deseja aprofundar seus conhecimentos sobre esse e outros temas contábeis, o Curso de Analista Contábil, totalmente online e com matrículas abertas, oferece aulas completas e materiais exclusivos que abordam a DMPL e sua aplicação prática de forma detalhada. Não perca a oportunidade de se especializar! Matricule-se aqui Se você é estudante ou recém-formado na área de contabilidade e sonha em dar o primeiro passo no mercado de trabalho, um estágio é o caminho ideal. Mais do que uma ponte entre a teoria da sala de aula e a prática profissional, o estágio em contabilidade é uma chance de ouro para ganhar experiência, construir uma rede de contatos e abrir portas para uma carreira promissora. Mas como conquistar essa oportunidade em um mercado competitivo? Neste artigo, vou detalhar cada etapa do processo, trazendo dicas práticas, dados reais e insights exclusivos para você se destacar e garantir seu lugar na área contábil. O que é um estágio em Contabilidade?Vamos começar pelo básico: um estágio em contabilidade é uma posição temporária, geralmente de três a seis meses, projetada para oferecer experiência prática a estudantes ou recém-formados. Sob a supervisão de contadores experientes — muitas vezes profissionais certificados (CPAs) —, os estagiários lidam com tarefas como preparação de demonstrativos financeiros, entrada de dados, reconciliações bancárias e suporte em processos fiscais e de auditoria. É uma imersão no dia a dia da profissão, com a vantagem de aprender na prática enquanto se é guiado por mentores. Por que você precisa de um estágio em Contabilidade?Antes de mergulhar nas estratégias, vamos entender o cenário atual. Nos Estados Unidos, por exemplo, o salário médio de um estagiário em contabilidade gira em torno de US$ 30.642 por ano, com variações entre US$ 24.000 e US$ 38.000, dependendo da localização e do porte da empresa. Estados como Califórnia, Washington e Colorado lideram entre os que pagam mais, segundo dados recentes. No Brasil, embora os valores sejam menores — geralmente entre R$ 1.000 e R$ 2.000 por mês —, a demanda por estagiários segue aquecida, especialmente em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. O mercado é competitivo, mas está em transformação. Um estudo da consultoria Robert Half aponta que 16% das novas vagas na área financeira e contábil são remotas, enquanto 25% são híbridas e 59% presenciais. Isso reflete uma adaptação às tendências pós-pandemia e ao avanço da tecnologia, que está moldando o futuro da profissão. Se você ainda está se perguntando se vale a pena correr atrás de um estágio, aqui estão os motivos que tornam essa experiência indispensável: - Experiência prática: A teoria contábil é essencial, mas só a prática ensina como lidar com prazos apertados, sistemas reais e situações inesperadas. - Teste vocacional: Quer saber se a contabilidade é mesmo para você? O estágio é o momento de descobrir, explorando diferentes áreas como auditoria, tributação ou contabilidade gerencial. - Networking poderoso: Conexões feitas durante o estágio podem levar a recomendações ou até a uma oferta de emprego. Dados mostram que mais de 50% das contratações de nível inicial nas Big Four (Deloitte, PwC, EY, KPMG) vêm de ex-estagiários, com a KPMG chegando a 91%! - Currículo turbinado: Empresas adoram candidatos com experiência prévia, e um estágio bem-sucedido é um diferencial que pesa na hora da contratação. Passo a passo para conseguir um estágio em ContabilidadeAgora que você entende a importância e o contexto, vamos ao plano de ação. Aqui está o guia definitivo para conquistar seu estágio: 1. Prepare-se Academicamente e Desenvolva Habilidades O primeiro passo começa antes mesmo de procurar vagas. Sua base acadêmica e suas habilidades práticas são o alicerce para se destacar. - Formação sólida: Se você está cursando Contabilidade, Finanças ou Administração, foque em disciplinas como contabilidade financeira, tributação e análise de custos. Um bom desempenho acadêmico (GPA elevado) é um diferencial, pois muitas empresas filtram candidatos por notas. - Domínio de ferramentas: Familiarize-se com softwares como Excel avançado, QuickBooks, SAP ou sistemas fiscais locais (no Brasil, como o Domínio ou Contmatic). Esses conhecimentos são frequentemente exigidos em descrições de vagas. - Habilidades interpessoais: Contabilidade não é só números. Habilidades como comunicação clara, pensamento analítico e atenção aos detalhes são tão valorizadas quanto o domínio técnico. Dica extra: Considere cursos online gratuitos ou pagos em plataformas como Coursera ou Udemy para aprender ferramentas específicas ou reforçar conceitos contábeis. 2. Saiba Onde Procurar as Vagas Oportunidades estão por aí, mas é preciso saber onde olhar: - Universidades: Aproveite os serviços de carreira da sua instituição. Muitas oferecem feiras de emprego e parcerias com empresas locais. - Associações profissionais: No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e conselhos regionais (CRCs) divulgam oportunidades. Nos EUA, o AICPA é uma referência. - Sites corporativos: Grandes escritórios, como as Big Four, ou empresas nacionais como BDO e Grant Thornton, têm seções de carreira em seus sites com vagas de estágio. - Plataformas online: LinkedIn, Indeed, Vagas.com (no Brasil) e Glassdoor são ótimos para filtrar oportunidades por localização e nível de experiência. Insight prático: Configure alertas de vagas com palavras-chave como “estágio contábil”, “trainee contabilidade” ou “accounting internship” para não perder nenhuma chance. LEIA MAIS: Como encontrar emprego na área de Departamento Pessoal? 3. Destaque-se na Aplicação Com a vaga em vista, é hora de brilhar na candidatura: - Currículo e carta de apresentação: Personalize ambos para cada vaga. Destaque projetos acadêmicos (como um plano de contas que você elaborou) ou experiências relevantes, mesmo que sejam voluntárias, como organizar as finanças de uma ONG. - Entrevista impecável: Pesquise a empresa — sua missão, valores e clientes. Prepare-se para perguntas como “Por que você quer ser contador?” ou “Como você lida com prazos?”. Ensaiar respostas com um amigo pode fazer toda a diferença. - Follow-up: Após a entrevista, envie um e-mail de agradecimento ao recrutador. Se não houver resposta em uma semana, faça um acompanhamento educado para mostrar interesse. Erro a evitar: Não envie currículos genéricos. Um recrutador percebe quando a aplicação não foi pensada para a vaga específica. 4. O Que Esperar Durante o Estágio Conseguiu o estágio? Parabéns! Agora, entenda o que vem pela frente: - Tarefas típicas: Você pode preparar relatórios financeiros simples, organizar documentos fiscais ou apoiar em auditorias. Em épocas como a entrega do Imposto de Renda, o ritmo pode acelerar. - Ambiente: Dependendo da empresa, você pode estar em um escritório agitado de contabilidade pública ou em um departamento corporativo mais estruturado. - Supervisão: Um mentor ou supervisor geralmente estará disponível para orientar e corrigir seu trabalho, além de oferecer treinamentos básicos. Curiosidade: Em firmas menores, estagiários muitas vezes têm mais autonomia, enquanto nas grandes há processos mais rígidos, mas com maior exposição a clientes renomados. 5. Como Arrasar no Estágio Para transformar o estágio em um trampolim para sua carreira: - Seja proativo: Pergunte como pode ajudar, sugira melhorias (com cuidado) e mostre disposição para aprender. - Gerencie seu tempo: Use ferramentas como Trello ou um simples bloco de notas para priorizar tarefas e cumprir prazos. - Peça feedback: Converse com seu supervisor regularmente para saber o que está indo bem e onde melhorar. - Construa pontes: Participe de eventos da empresa e conheça colegas. Um bom relacionamento pode valer uma indicação futura. Dica de ouro: Anote tudo o que aprender — de processos a dicas dos colegas. Isso será útil em entrevistas futuras. Erros que você deve evitarMesmo com a melhor preparação, alguns deslizes podem comprometer sua experiência de estágio e até sua reputação profissional. Aqui estão os erros mais comuns e como evitá-los, com detalhes para você entender o impacto de cada um: Não esclarecer dúvidas por medo de parecer inexperiente: Muitos estagiários hesitam em fazer perguntas, achando que isso demonstra falta de conhecimento. No entanto, na contabilidade, um pequeno mal-entendido — como classificar incorretamente uma despesa ou usar a alíquota errada em um cálculo fiscal — pode gerar erros caros ou retrabalho. Por exemplo, imagine que você não pergunta como preencher corretamente um relatório de conciliação bancária e entrega um documento com discrepâncias. Isso pode atrasar processos e irritar a equipe. Solução: pergunte sempre que necessário, mas faça isso de forma inteligente, anotando as respostas para não repetir a mesma dúvida. Deixar tarefas acumularem por falta de organização: A contabilidade é uma área movida a prazos, especialmente em períodos como fechamentos mensais ou entregas fiscais. Se você não priorizar suas tarefas ou perder o controle do que precisa ser feito, pode acabar atrasando entregas importantes, como a preparação de um balancete. Pense em um cenário onde você deixa para organizar notas fiscais na última hora e percebe que está faltando um documento essencial. Resultado? Stress desnecessário e uma impressão de desleixo. Para evitar, crie uma lista diária de tarefas e use ferramentas simples, como um planner ou o Google Calendar, para se manter no ritmo. Tratar o estágio como “só um trabalho temporário” e não se engajar com a equipe: Alguns estagiários veem o período como apenas uma obrigação a cumprir, sem investir em relacionamentos ou se integrar à cultura da empresa. Isso é um erro grave, porque a contabilidade valoriza o trabalho em equipe e a confiança mútua. Se você se isolar, pode perder chances de aprendizado com colegas mais experientes ou até uma indicação para uma vaga fixa. Por exemplo, recusar um convite para um café com a equipe pode sinalizar desinteresse. Solução: mostre entusiasmo, participe de conversas e eventos internos, mesmo que sejam informais, para construir laços genuínos. Ignorar a ética: A contabilidade lida com informações sensíveis — dados financeiros de clientes, relatórios internos e até segredos comerciais. Quebre a confidencialidade, seja compartilhando algo com amigos ou comentando em redes sociais, e você não só arrisca seu estágio, mas também sua credibilidade futura. Imagine que você menciona casualmente o lucro de um cliente em uma conversa fora do trabalho e isso chega aos ouvidos errados. As consequências podem incluir advertências ou até demissão. Além disso, erros éticos como maquiar números ou omitir informações, mesmo sob pressão, violam códigos como o do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Sempre priorize a integridade: confirme dados, siga procedimentos e nunca ceda a atalhos antiéticos. Trate cada erro como uma lição. Se algo sair errado, analise o que aconteceu, corrija rapidamente e peça orientação para não repetir o deslize. Essa postura mostra maturidade e vontade de crescer — qualidades que os supervisores adoram. Tendências que estão mudando o jogoO mercado contábil está evoluindo, e isso afeta os estágios:
- Automação: Ferramentas de IA estão assumindo tarefas repetitivas, como entrada de dados. Isso significa que estagiários precisam se adaptar e focar em análise e interpretação. - Análise de dados: Empresas buscam quem saiba usar dados para insights estratégicos, então aprender ferramentas como Power BI pode ser um diferencial. - Trabalho remoto: Com mais vagas híbridas ou 100% online, habilidades de comunicação digital e disciplina são cada vez mais valorizadas. Previsão: Até 2030, espera-se que a demanda por contadores com habilidades tecnológicas cresça 10%, segundo projeções do Bureau of Labor Statistics adaptadas ao contexto global. Um bom estágio não é apenas um item no currículo — é um divisor de águas. Além de te preparar tecnicamente, ele te dá confiança para encarar o mercado e, muitas vezes, uma oferta de emprego. No Brasil, por exemplo, empresas como Itaú e Petrobras frequentemente convertem estagiários em efetivos, enquanto nas Big Four o índice de retenção é altíssimo. Conquistar um estágio em contabilidade exige esforço, mas os frutos valem a pena. Prepare-se com dedicação, busque oportunidades com estratégia e aproveite cada momento do estágio para crescer. O mercado está cheio de possibilidades — desde a contabilidade tradicional até papéis estratégicos impulsionados pela tecnologia —, e o estágio é sua porta de entrada. Então, ajuste o currículo, conecte-se no LinkedIn e comece hoje mesmo. Sua carreira contábil te espera! Pagar o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) atrasado e parcelado para o Microempreendedor Individual (MEI) é um processo simples, mas requer atenção a alguns passos importantes. Para pagar o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) atrasado e parcelado do MEI, é importante seguir algumas etapas. O primeiro passo é gerar o boleto correspondente. Se os débitos ainda não foram parcelados, você deve acessar o Portal do Simples Nacional, selecionar o menu "SIMEI Serviços" e, em seguida, clicar em "Cálculo e Declaração". Lá, será possível escolher a opção "Emitir Guia de Pagamento (DAS)", selecionar o ano-calendário e o mês em atraso. O sistema calculará o valor atualizado do DAS, incluindo multas e juros, e gerará o boleto para pagamento. Caso os débitos já tenham sido parcelados, o processo é um pouco diferente. É necessário acessar o Portal e-CAC ou o Portal do Simples Nacional, onde o parcelamento foi solicitado. No Portal e-CAC, você deve acessar a opção "Parcelamento - Microempreendedor Individual" e, em seguida, selecionar "Emissão de Parcela". O sistema mostrará o boleto referente à parcela atual, além de eventuais parcelas anteriores que estejam em atraso, permitindo a geração do DAS referente ao parcelamento. LEIA MAIS: Parcelamento do Simples Nacional - como funciona? Depois de gerar o boleto, o pagamento pode ser feito de diversas formas. Pelo Internet Banking, basta acessar o site ou aplicativo do seu banco, selecionar a opção de pagamento de boletos e digitar o código de barras do DAS ou utilizar a leitura automática, se disponível. Outra opção é utilizar caixas eletrônicos, onde o pagamento pode ser feito inserindo manualmente os números do código de barras ou utilizando a função de leitura automática. O pagamento também pode ser realizado em casas lotéricas, apresentando o código de barras impresso ou no celular. Passo a passo para pagar DAS atrasadoPara débitos ainda não parcelados:
Para débitos parcelados:
Realizar o Pagamento do DAS Após a geração do boleto atualizado, é hora de realizar o pagamento. O DAS pode ser pago de várias formas:
É crucial lembrar que o parcelamento só será considerado válido após o pagamento da primeira parcela. Se essa parcela não for paga até a data de vencimento, o pedido de parcelamento será cancelado, e uma nova solicitação precisará ser feita. Assim, é importante conferir o status do parcelamento acessando o Portal e-CAC ou o Portal do Simples Nacional, verificando se o pagamento foi efetivado corretamente. Se, após o parcelamento, você enfrentar dificuldades para pagar as guias de DAS futuras, poderá solicitar o reparcelamento, que permitirá incluir tanto novos débitos quanto os já parcelados anteriormente. Contudo, em caso de reparcelamento, a primeira parcela terá um valor de 10% do total da dívida, ou 20%, se o débito já tiver sido reparcelado antes. Novamente, o pagamento da primeira parcela do reparcelamento é essencial para que o novo acordo seja validado. Mensalmente, o MEI deverá gerar o DAS correspondente à parcela do mês atual para realizar o pagamento. No portal onde o parcelamento foi feito, a guia estará disponível, normalmente a partir do dia 10. Caso haja parcelas anteriores em atraso, elas também poderão ser emitidas. É fundamental ficar atento às datas de vencimento dos DAS, sejam eles correntes ou parcelados, pois o pagamento em dia garante a manutenção dos benefícios previdenciários e mantém a regularidade fiscal do MEI. A inadimplência pode resultar em multas, juros, exclusão do Simples Nacional e perda de direitos como aposentadoria e auxílio-doença. Seguindo essas etapas, você poderá regularizar as dívidas do seu MEI e continuar aproveitando os benefícios de estar em dia com suas obrigações fiscais. Como parcelar débitos do MEI?O Governo Federal disponibiliza um manual completo para orientar MEIs a realizarem o pagamento de débitos atrasados.
Com base neste manual, vamos explicar como realizar o parcelamento e o parcelamento de débitos. Ao solicitar o parcelamento das parcelas em atraso do seu MEI, sua situação começa a se regularizar. A cada parcela paga, você mantém sua cobertura previdenciária e garante a carência para os benefícios do INSS. É importante lembrar que, além das parcelas do parcelamento, você também deve continuar pagando os impostos correntes. Esses pagamentos são essenciais para assegurar seus direitos e benefícios do INSS. O acompanhamento ou a solicitação de parcelamento das suas dívidas declaradas pelo Simples Nacional (PGDAS-D) pode ser feito em até 60 vezes, com valor mínimo de R$ 300,00 por parcela. Vale ressaltar que o número de parcelas não pode ser escolhido. O parcelamento só será validado com o pagamento da primeira parcela. Se esse pagamento não for efetuado até a data de vencimento, o pedido será cancelado, e será necessário realizar uma nova solicitação. Se, no futuro, você enfrentar dificuldades para pagar os impostos do MEI, as dívidas já parceladas poderão ser reparceladas, incluindo novos débitos. Nesse caso, a primeira parcela será de 10% do valor total da dívida, ou 20%, se já houver ocorrido um reparcelamento anterior. Aqui está uma explicação mais detalhada de cada um dos temas abordados anteriormente: 1. Tipos de Parcelamento Disponíveis para o MEI Existem duas opções principais de parcelamento para o Microempreendedor Individual (MEI) regularizar seus débitos com a Receita Federal: - Parcelamento Convencional: Essa modalidade permite que o MEI parcele seus débitos em até 60 prestações mensais. O valor mínimo de cada parcela é de R$ 50,00, e o número mínimo de parcelas é 2. O parcelamento convencional é voltado para os débitos que estejam sendo cobrados pela Receita Federal, independentemente da data de ocorrência do débito. - Parcelamento Especial: Esse tipo de parcelamento oferece condições mais flexíveis, permitindo que o MEI divida suas dívidas em até 120 parcelas. No entanto, essa opção é específica para débitos até a competência de maio de 2016. Ela foi criada para facilitar a regularização de dívidas mais antigas, dando um prazo maior para pagamento. Ambos os tipos de parcelamento exigem que o MEI tenha apresentado a Declaração Anual Simplificada (DASN-SIMEI) referente aos períodos que se deseja parcelar. 2. Acesso aos Portais para Solicitação de Parcelamento O processo de solicitação de parcelamento pode ser feito por meio de dois sistemas principais: - Portal do Simples Nacional: Este portal permite que o MEI faça a solicitação do parcelamento. O acesso pode ser feito de duas maneiras: 1. Certificado Digital: Uma forma segura de acesso que exige que o MEI tenha um certificado digital (e-CNPJ ou e-CPF). 2. Código de Acesso: O código de acesso pode ser gerado no próprio Portal do Simples Nacional, permitindo o uso do sistema sem a necessidade de certificado digital. - Portal e-CAC: O e-CAC é o Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal, onde o MEI também pode acessar os sistemas de parcelamento. Assim como no Portal do Simples Nacional, o acesso pode ser feito com certificado digital ou código de acesso. Contudo, é importante destacar que os códigos de acesso gerados em um portal não podem ser usados no outro. Além disso, o MEI pode delegar acesso a outra pessoa por meio de uma procuração, que pode ser registrada eletronicamente (se o outorgante possuir certificado digital) ou presencialmente em uma unidade da Receita Federal (se o outorgante não tiver certificado digital). 3. Requisitos Tecnológicos Para acessar os sistemas de parcelamento, o MEI precisa garantir que está utilizando um navegador de internet compatível com o aplicativo. Os navegadores recomendados são: - Internet Explorer 9.0 ou superior: No caso do Internet Explorer, pode ser necessário habilitar o "modo de compatibilidade" para que todas as funcionalidades do sistema funcionem corretamente. - Google Chrome: A partir da versão 44.0.2403, o Google Chrome é compatível com o aplicativo de parcelamento. - Mozilla Firefox: A partir da versão 2.0 ou navegadores baseados na tecnologia Mozilla 5.0 (como o Netscape 8.0), também são compatíveis. Isso garante que o sistema funcione de forma fluida, evitando problemas de acesso ou funcionalidades indisponíveis devido a incompatibilidades de software. 4. Funcionalidades do Sistema de Parcelamento O sistema de parcelamento oferece várias funcionalidades para que o MEI possa gerenciar seu parcelamento de forma prática e eficiente: - Pedido de Parcelamento: Esta funcionalidade permite que o MEI solicite o parcelamento dos seus débitos diretamente pelo sistema, escolhendo o número de parcelas dentro das opções permitidas e emitindo o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) para o pagamento da primeira parcela. - Emissão de Parcela: Após aderir ao parcelamento, o MEI pode utilizar o sistema para gerar o DAS referente à parcela do mês corrente ou para emitir boletos de parcelas em atraso. O documento para pagamento da parcela corrente fica disponível no sistema a partir do dia 10 de cada mês, e as parcelas em atraso podem ser impressas a qualquer momento. - Consulta de Pedidos: O MEI pode consultar a situação dos pedidos de parcelamento, verificando se houve algum problema, se as parcelas estão em dia ou se há alguma pendência que precise ser resolvida. - Desistência do Parcelamento: Caso o MEI deseje desistir do parcelamento em andamento, ele pode utilizar essa funcionalidade para cancelar o pedido de parcelamento atual e, se for o caso, solicitar um novo parcelamento. 5. Parcelamento Especial e Desistência do Convencional Para que o MEI possa aderir ao parcelamento especial, ele precisa desistir previamente de qualquer parcelamento convencional que esteja em andamento. O sistema de parcelamento não permite que o MEI tenha dois parcelamentos ativos ao mesmo tempo. Caso o MEI tente aderir ao parcelamento especial sem antes cancelar o parcelamento convencional, o sistema apresentará uma mensagem de erro, impedindo a adesão. Portanto, o MEI deve seguir o procedimento de desistência do parcelamento convencional antes de solicitar o parcelamento especial. Uma vez cancelado o parcelamento convencional, o MEI poderá solicitar o parcelamento especial, com condições mais vantajosas, como o número maior de parcelas. 6. Regras para Novo Parcelamento O parcelamento convencional possui uma limitação de um pedido validado por ano-calendário. Isso significa que, em condições normais, o MEI só pode fazer um pedido de parcelamento convencional por ano. No entanto, durante o período em que o parcelamento especial estiver disponível, essa restrição é temporariamente suspensa. Isso permite que o MEI faça um novo pedido de parcelamento convencional, caso tenha débitos posteriores a maio de 2016. Assim que o prazo de adesão ao parcelamento especial for encerrado, a limitação de um pedido por ano-calendário será restabelecida. Portanto, é importante que o MEI aproveite o período de flexibilização para regularizar seus débitos da melhor forma possível. Se você está estudando contabilidade e ainda não entendeu o que são os razonetes, fique tranquilo. Eles são uma das ferramentas mais úteis da contabilidade, permitindo a resolução de qualquer problema contábil. Mas antes de mais nada, vamos explorar a fundo o que são, como funcionam, e qual é a lógica por trás dessa ferramenta essencial. O que são razonetes?O razonete, também conhecido como "conta T", é uma representação visual simplificada de uma conta contábil. Ele permite que os registros contábeis sejam visualizados de maneira clara, facilitando o entendimento e o acompanhamento das movimentações financeiras. Imagine uma letra "T" maiúscula: no topo, você coloca o nome da conta contábil que deseja escriturar. No lado esquerdo, são lançados os valores a débito, e no lado direito, os valores a crédito. Os razonetes são fundamentais para a prática contábil, pois oferecem uma maneira organizada e transparente de registrar as transações financeiras. Eles não apenas auxiliam no controle das contas, mas também são essenciais para a elaboração de demonstrações financeiras precisas e confiáveis. A compreensão e o uso correto dos razonetes são habilidades essenciais para qualquer profissional da contabilidade. Para entender como os razonetes funcionam, é importante associá-los ao Balanço Patrimonial, uma demonstração contábil que evidencia a posição financeira de uma empresa em um determinado período. No balanço, o lado esquerdo é destinado ao Ativo (bens e direitos), enquanto o lado direito é reservado ao Passivo (obrigações) e ao Patrimônio Líquido (capital próprio da empresa). Essa divisão é refletida nos razonetes: as contas de ativo, que possuem saldo devedor, aumentam com lançamentos a débito (lado esquerdo do razonete), enquanto as contas de passivo e patrimônio líquido, com saldo credor, aumentam com lançamentos a crédito (lado direito do razonete). Cada razonete representa uma conta específica do plano de contas da empresa. Por exemplo, você pode ter um razonete para a conta "Caixa", outro para "Fornecedores", e assim por diante. Quando ocorre uma transação, como a compra de mercadorias ou o pagamento de uma dívida, os valores envolvidos são registrados no razonete correspondente. Se a operação envolve a entrada de recursos, ela é lançada como um débito; se envolve a saída de recursos, como um crédito. A simplicidade dos razonetes permite que os contadores visualizem rapidamente as entradas e saídas de uma conta. Isso facilita a identificação de saldos e a compreensão do fluxo de recursos dentro da empresa. Ao registrar todas as transações de forma ordenada, os razonetes ajudam a manter o controle sobre as finanças da empresa. Isso é crucial para garantir que todas as operações sejam corretamente contabilizadas, evitando erros que poderiam comprometer a integridade das demonstrações financeiras. Os razonetes servem como uma ferramenta preliminar para a preparação de demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Eles fornecem uma visão detalhada das movimentações que, posteriormente, serão sintetizadas nessas demonstrações. Como cada lançamento deve ter um débito correspondente a um crédito (conforme o método das partidas dobradas), os razonetes ajudam a detectar discrepâncias ou erros de lançamento. Se os débitos e créditos não coincidirem, isso sinaliza um problema que deve ser corrigido. LEIA MAIS: Entenda o que é DIRBI nova declaração tributária O método das partidas dobradasO método das partidas dobradas é a base do sistema contábil moderno e foi formalizado no século XV pelo frade italiano Luca Pacioli, considerado o "pai da contabilidade". Esse método estabelece que, para cada transação financeira, deve haver um lançamento a débito e um lançamento a crédito de igual valor, garantindo o equilíbrio das contas contábeis. O método das partidas dobradas é um dos pilares da contabilidade moderna. Sua aplicação rigorosa garante a precisão, consistência e transparência das informações financeiras, essenciais para a gestão eficaz de qualquer organização. Com ele, os contadores conseguem manter o controle total sobre as transações e fornecer relatórios financeiros que refletem com precisão a realidade econômica da empresa. Premissas Fundamentais: - Não existe devedor sem credor: Todo lançamento a débito deve ser contrapartida por um lançamento a crédito. - O débito no razonete não é o mesmo débito na vida real: Em contabilidade, "débito" refere-se à aplicação de recursos, enquanto "crédito" refere-se à origem de recursos. O princípio fundamental do método das partidas dobradas é a dualidade das operações. Isso significa que, para cada débito registrado em uma conta, deve haver um crédito correspondente em outra conta, e vice-versa. Esse conceito assegura que a soma dos débitos seja sempre igual à soma dos créditos, mantendo o equilíbrio da equação contábil básica: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido Por exemplo, se uma empresa compra mercadorias à vista por R$ 1.000, ela deve registrar um débito na conta "Estoque" (aumentando o ativo) e um crédito na conta "Caixa" (diminuindo o ativo), mantendo o balanço financeiro em equilíbrio. O método das partidas dobradas é fundamental na contabilidade por garantir a precisão e consistência dos registros financeiros, assegurando que cada transação seja registrada com clareza e sem erros. Ele facilita o controle financeiro, permitindo o monitoramento eficiente do fluxo de caixa e a identificação rápida de discrepâncias. Além disso, serve como base essencial para a elaboração de demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial, e contribui para a transparência e confiabilidade das informações financeiras, essenciais para a tomada de decisões e a comunicação com investidores e credores. Verificação e apuração de saldosApós registrar todos os lançamentos, é fundamental realizar um balancete de verificação. Esse documento lista todas as contas, seus débitos e créditos, e garante que a soma dos débitos seja igual à soma dos créditos. Se os totais não coincidirem, isso indica um erro que deve ser corrigido antes do fechamento do período contábil.
Os razonetes são ferramentas essenciais para a escrituração contábil, permitindo uma visualização clara e organizada das movimentações financeiras. Entender o método das partidas dobradas é crucial para realizar lançamentos corretos e manter a contabilidade em dia. Com a prática, você se tornará cada vez mais eficiente no uso dos razonetes e no domínio da contabilidade como um todo. Caso queira se aprofundar ainda mais nesse tema, sugiro a prática contínua de exercícios de razonetes e o estudo de temas como receitas, custos e despesas na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Esses conceitos, quando bem compreendidos, serão fundamentais para o seu sucesso na carreira contábil. |
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